quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

UGA entrevista Virgem Suta


Os Virgem Suta editaram o seu álbum de estreia no Verão do ano passado e meteram-se à estrada, numa tournée nacional que apelidaram de “Digressão pelas capelinhas do País”.
Eles são Nuno Figueiredo e Jorge Benvinda, um duo dinâmico. Tocam adufe e cavaquinho, transpiram "portugalidade" e assumem-no, aliam uma ironia que aparece a espaços, insólita, não de riso fácil, mas daquele que só é esboçado depois de se ter desconstruído a mensagem.

A UGA foi conhecê-los melhor, antes mesmo de tocarem no mítico Maxime…

•Como nasceu este projecto e de onde surgiu o nome?

Jorge Benvinda: Estávamos à procura daqueles nomes magníficos, eu lembro-me até de um fantástico que eu dei que era Aramochilante. Iam surgindo. Houve a necessidade de num festival em Gaia termos um nome para dar porque na altura tínhamos outro projecto com outro título e os diferentes elementos estavam todos indisponíveis. Um na tropa, outro a estudar para um exame e nós queríamos mesmo participar. Na verdade é que na altura chamaram-nos o Virgin Suta, os Virgem Sutra, de tudo menos o nome correcto. Parecia um nome estranho, mesmo muito estranho mas ficou no ouvido e o produtor que nos acompanhava na altura achou piada.

Nuno Figueiredo:
As dúvidas dos projectos e das bandas é a necessidade de conseguir algo com algum significado e esta denominação fez-nos muito sentido.

•São apenas dois e muitos instrumentos…


J.B : Há uma adaptação progressiva. Os instrumentos foram sendo escolhidos consoante os ensaios que íamos fazendo. “Vamos experimentar desta maneira, achas que conseguimos fazer isto assim? Tás maluco pah!!”.Foi um desafio. Se nos enganarmos um bocadinho vamos rir, vamos para a frente! Não é fácil mas pode não ser tão complicado como pensamos. Por vezes até sou eu um pouco castrador mas as coisas conseguem-se concretizar e está a dar muito gozo por causa disso também.

•Como definem o vosso som?


N.F: Não sei se é pop, se é rock, seja o que for. Não é algo que me interesse muito. Vamos de facto buscar algumas coisas às raízes da música portuguesa. Os instrumentos, as sonoridades, os ritmos, até as temáticas ao nível das letras. Gostamos das histórias que o pessoal mais velho conta, atrai-nos bastante todo esse universo terra a terra. Tem de facto isso mas depois conseguimos dar-lhe alguma roupagem mais moderna e actual, prende a atenção das pessoas por essa mistura. Agora influências?! Ouvimos tanta coisa e tão diferente. Desde os tangos argentinos à música popular portuguesa. Gosto de Sérgio Godinho, de Clã, os Wilko, Radiohead…

J.B: Zeca Afonso que me fez começar a cantar. Rock pesado… Cheguei a ir ver Sepultura a Faro, Ratos do Porão. Um bocadinho por tudo, é uma fusão estranha.

•Como está o novo álbum a ser acolhido pelo público? E qual o sítio em que mais gostaram de tocar?

N. F: Recomeçámos agora em Janeiro, tocámos há duas semanas no Porto e em Santo Tirso, a receptividade tem sido incrível. É sempre uma responsabilidade grande, há algum medo mas correu bem e tem tudo para continuar porque estamos motivados para isso.

J.B: A dificuldade de ir buscar só um concerto existe porque há muitas experiências que vais tendo e todas elas muito gratificantes. Quando tocamos em casa há sempre uma festa incrível (Beja), em recepções ao caloiro, dá tudo muito gozo. Há aqueles concertos mais pequenos que têm realmente… O de Coimbra foi muito bom!

N.F:
Foi o encerramento da nossa tournée de Novembro, excelente. Gostei da Covilhã, muito fixe. A de Aveiro, a do Porto… Correram quase todos bem.


•O que pensam da indústria musical actual? Downloads ilegais, perdeu-se o hábito de comprar CDs. Cada vez adquire mais importância o concerto ao vivo…


J.B: A verdade é que não está fácil, a maior parte dos CDs são caros e o poder de compra das pessoas não é muito. Actualmente onde o músico pode ganhar dinheiro é com concertos. Para a coisa funcionar é também preciso apoio. Nós estamos ligados à Universal, gostamos de toda a equipa que trabalha connosco. Gastámos algum mas eles apostaram financeiramente em nós e depois há uma serie de pequenos ganhos que o artista obtém se conseguir muitas vendas. A não ser que façamos nós o trabalho e marquemos um preço, ou até dar mas quando se entra realmente numa determinada máquina tem de se corresponder com essas regras. É o que temos estado a fazer e não há volta a dar. Na nossa forma de ver no momento.

•Têm alguma superstição ou ritual antes de entrarem em palco? Entram com o pé direito, bebem uma cerveja para descontrair…

J.B: Levamos sempre uma garrafa de vinho, tinto e alentejano… O vinho faz parte da nossa maneira de estar, da festa, não é uma coisa de bebedolas mas sim um acto solene que temos para brindar. Temos uma das canções que é “A Dança de Balcão” em que fazemos um brinde a nós, aos avós e a todos os que estão connosco. E sem vinho era difícil. Com água não se brinda, fazia falta o licoroso maravilhoso naquele palco. E a verdade é que se bebermos dois copinhos de vinho acabamos por entrar um pouco mais descontraídos do que se tivermos só a água e a chá.

•Quando nasceu o vosso gosto pela música?


N.F: Andava sempre com um rádio. Foi a minha fixação embora tenha começado a tocar mais tarde, por volta dos 18 anos mas aí já com uma vontade e uma direcção. Vê lá, só ao fim de vinte anos é que gravámos um disco, é terrível mas lá está foi um processo de maturação porque um gajo na adolescência quer tudo aquilo que ouve no momento. Só depois é que se começa a definir os caminhos por onde se vai, demora o seu tempo. Cada um faz aquilo para que tem queda para. Comigo foi assim.

J.B:
Eu lembro-me ser miúdo e cantar aquelas músicas inventadas de ópera com a voz muito fininha pelo gozo. Acabei por entrar para as aulas de religião moral só para aprender a tocar guitarra porque sabia que o professor ensinava. Pedi até uma guitarra emprestada a uma amiga, acabei por parti-la mais tarde...
O meu primeiro contacto com um instrumento a sério, tocar uns acordes e melodias, brincar e fazer aquelas letras super tristes que se faz no Alentejo, começou assim…e depois há a vontade de fazer mais, de compor. Ficou mais sério, digamos, por volta dos 18 anos.


•Se não fossem músicos, o que seriam? Têm curso universitário?


J.B: Taberneiro. Já sou taberneiro por isso… Quanto ao curso interrompi o meu de Serviço Social porque achei que intervindo profissionalmente através de iniciativa privada conseguimos fazer um pouco mais pela sociedade. Espero bem que sim, creio não estar enganado.

N.F:
Tenho. Exerço uma outra profissão, na Câmara Municipal de Beja como técnico. Como tal se não for isto, não sei lhe podemos chamar músico ou entertainer dos tempos vagos, era técnico.


•Esse é um ponto interessante. O músico é acima de tudo um entertainer?


N.F: Sei que nos vamos entretendo agora se entretemos alguém… temos percebido que vamos divertindo alguns, o pessoal gosta. Um músico precisa de um público, dá prazer tocar e ter gente a pagar para ver, é quase poético.

J.B:
Procuramos apenas tocar com uma cadência porreira para que não haja o adormecer de música para música. Tudo o resto faz parte do decorrer do espectáculo. Precisamos sentir que estamos na corda bamba, alguma insegurança. Nunca ter uma coisa planeada como se fosse uma peça de teatro. Há quem o faça muito bem mas eu não tenho esse talento, ao pensar numa encenação perco a autenticidade e transformo-me numa outra personagem que não é a minha.

N.F:
Lá está, esse lado mais virgem do nosso nome, mais cru… Para conseguirmos exagerar ou parecer esse tal artista, temos de ser naturais, se nos pusermos a meditar somos uma completa desgraça. Olha dou-te só um exemplo: Agora no Porto, no último concerto que fizemos enganei-me três vezes na música até que parei. Parámos e recomeçámos. Houve muita gente que pensou que tínhamos feito aquilo de propósito, o início todo trocado... Mas não foi nada ensaiado, aquilo de facto correu mal. As pessoas disseram-nos “Deviam fazer isso mais vezes”. Não dá porque se tentarmos novamente fazer aquilo, vai ficar uma porcaria. As coisas têm de ser mais intuitivas, descomprometidas, acima de tudo dar um bom espectáculo e divertir as pessoas.

J.B: Acho que nos vamos esforçar mais para enganar-nos!!

N.F: Acho que nos esforçamos muito é para não nos enganarmos.


•Que conselhos podem dar a quem está a começar?


N.F: Não acreditem naqueles concursos que fazem as pessoas chegar a estrelas muito rápido. Ainda não somos grande coisa mas somos um exemplo claro de quem trabalhou muito. Eu via tantas bandas, desejava fazer aquilo e a solução que encontrei até hoje foi ter uma rotina, ensaiar, não pensar que as coisas acontecem por acaso. Não nos colarmos a alguém, não é produtivo. São ideias que nós seguimos e que deram algum fruto. Há que ganhar um carácter dentro da música, definir um percurso próprio demora tempo e dá trabalho.

J.B: E a preocupação com as letras, não sou grande escritor procuro apenas contar as minhas histórias e ter o cuidado para que sejam interessantes e melódicas. Vejo as letras de outros na net e penso: “Estou tão longe disto”, questionar, ter humildade. As opiniões são muito importantes mas de pessoas válidas e sinceras nas respostas, que não estão ali para nos castrar. Confiança mas aceitar as críticas e sugestões. Fora isso, muito entusiasmo e curtir ao máximo. Ah! O investimento em material de gravação. Fazer as nossas maquetas sem estarmos dependentes de aluguer de material de estúdio, adquirir autonomia no nosso processo de criação, todo esse esforço que tens pode ser trabalhado e é mais fácil para a produção final.

•Última pergunta, o que pensam sobre o acordo ortográfico e o insucesso da Cimeira de Copenhaga? Estou a brincar, não precisam de responder…


J.B: Ha, ha… Epá, respeito quem decide. Como está, está muito bem para mim.

N.F: E para mim…


Por Pedro Varela

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estamos com os Homens da Luta!!! E com o Mario Crespo...

Foste meter-te numa trabalheira não é meu caro Mário Crespo? O diz que disse é sempre complicado, nesses casos a verdade costuma dissipar-se rapidamente.

O medo e a intimidação não calará as vozes da revolta. O maior elogio que podemos fazer é considerar-te uma voz da revolta.

Seja bem vindo...e a luta continua!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

“Amazing, Gorgeous, wonderful, Great product”

Apresentação de Steve Jobs no lançamento do iPad e que durou perto de 30 minutos.

O Futuro passa por aqui? Maybe...

Pelo menos no entusiasmo o futuro está garantido.

Como explicar sem ofender

Um homem de 85 anos estava fazendo seu check-up anual.
O médico perguntou-lhe como ele se estava sentindo:
- Nunca me senti tão bem - respondeu o idoso - A minha nova esposa tem
18 anos e está grávida, esperando um filho meu.
Qual a sua opinião, doutor?
O médico reflectiu por um momento e disse:
- Deixe-me contar-lhe uma história...
Conheço uma pessoa que era um caçador fanático, nunca perdeu uma estação de caça. Mas um dia, por engano, colocou o guarda-chuva na sua mochila, em vez da arma.
Quando estava na floresta, um urso repentinamente apareceu na sua frente.
Ele pegou de imediato no guarda-chuva da mochila, apontou para o urso e... BANG........
O urso caiu morto.
- HA! HA! HA!
Isso é impossível - disse o velhinho - algum outro caçador deve ter atirado no urso.
- EXACTAMENTE !!!..

UGA entrevista Rão Kyao


"Em'Cantado" é o último trabalho de Rão Kyao e redefine a grande ligação do artista ao Fado. Para este espectáculo único Rão Kyao divide o palco com Camané, Ana Sofia Varela, Ricardo Ribeiro, Tânia Olero e Manuela Cavaco.

Pela primeira vez o mestre das flautas de bambu junta-se às vozes dos convidados dando-nos uma inovadora sonoridade num casamento perfeito.

Ao vivo no Centro Cultural de Belém no Grande Auditório dia 6 Fevereiro às 21:00h

Começou em 1976, tem uma carreira discográfica muito extensa. Este novo trabalho “Em ´Cantado”, é um regresso ao fado?

Tenho ligações com o fado desde que gravei nos anos 80 o “Fado Bailado”. Apareceu uma hipótese, através do “Em´Cantado” que foi o meu amigo António Pinho que sugeriu, de fazer umas composições minhas postas na boca de vários fadistas. Na “Mesa de Frades”, casa de fados em Alfama, onde vou tocar às vezes havia alturas em que existiam mais fadistas que clientes. Acontece que temos ali muitos bastidores e íamos conferenciando “Olha eu gostava daquele tema”, “Aquela canção ficava mesmo bem na tua voz” e foi-se formando um núcleo com seis fadistas que cantam vários temas meus. A história surgiu assim.

O Jazz ficou definitivamente para trás? É uma paixão antiga…


Quem ouvir o disco verificará que existe um lado B, uma parte mais instrumental onde a flauta de bambu se torna o elemento solista e que envolve muita improvisação. O jazz é uma música que me deu muita abertura mas que tem um expressionismo musical que tem muito a ver com a América. Quis dar mais força a versões tradicionais da nossa música e reinventá-la, continuar a nossa própria sonoridade daí eu não tocar jazz no sentido estrito mas interpreto certos elementos. Não tem, digamos, a parte melódica e rítmica específica do jazz.

Qual a influência que a Índia teve na sua carreira?


Muito grande. Toco um instrumento, flauta de bambu, com tradição em Portugal. Quem não tinha aquele fascínio em miúdo com o pastor com a flauta? Mas a sua escola é na Índia. Fui para lá estudar e especializar-me, era autodidacta neste instrumento. A música indiana tem aspectos muito a ver com as emoções, riqueza melódica e rítmica e isso influenciou-me. E no fundo aproximou os dois países, a música de Goa é uma fusão muito interessante e antiga das sonoridades portuguesas e indianas.

Como acha que este trabalho vai ser acolhido pelo público? Não é tão instrumental e mais cantado, como o próprio nome indica…

Já fiz coisas com Deolinda Bernardo e Isabel Silvestre por exemplo, mas a verdade é que não é regra e a minha voz é a flauta. Sou mais instrumental, sem dúvida. A surpresa deste disco para o público é exactamente essa: apresentar temas interpretados por vários fadistas, cada um ao seu estilo, às pessoas que me conhecem e serem presenteadas com uma novidade boa.

Tem alguma preparação mental ou superstição antes de entrar em palco?

Eu sou supersticioso mas não alimento isso. Não digo a ninguém se tenho determinada superstição para não passar, acredito que o homem deve ser livre mas há um certo determinado número de situações que pactuamos com elas porque no fundo queremos que tudo resulte bem. Entrar no palco implica uma nudez, uma dádiva tão grande que no fundo utilizamos todas as artimanhas que existem para irmos bem para o palco. Se me lembrar que tenho de entrar com o pé direito, entro com o pé direito. A superstição é uma coisa pessoal, está na mente de cada um.

Acha que a música tem uma dimensão espiritual? Algum alcance específico?


Toda a música é espiritual à sua nascença. É um universo que nos ultrapassa, é transcendente do qual certos elementos nós conseguimos ter acesso através de um processo completamente misterioso. Aprende-se certos aspectos da música mas há um factor que não, a faceta misteriosa da música. Pode ser utilizada erradamente ao serviço de qualquer coisa mas para mim o lado espiritual é fundamental e indissociável da música.

Com que artista nunca teve hipótese de trabalhar mas que gostaria de fazê-lo?

Vários. Gostava de colaborar com um músico indiano bom, não vou dizer este ou aquele… Com músicos do flamenco, do Norte de África. Há um artista chinês muito bom com quem quase tive para trabalhar num disco. Aqui em Portugal , está nos meus planos e já falámos sobre isso, fazer alguma coisa com o Pedro Jóia. Todos aqueles que são bons músicos e que haja hipótese de uma boa ligação, eu tenho o desejo de trabalhar com eles.

O que pensa da indústria musical actual, com downloads ilegais, já não há o hábito de comprar CDs. Situação difícil…

É complicado. Há uma indefinição, continua-se a fazer e divulgar CDs mas ganha-se com os espectáculos ao vivo. Os discos acabam por ser um cartão de visita para fazer os concertos porque isso é que não há internet nenhuma que consiga tirar as emoções que se sente num espectáculo ao vivo. Recuperou-se a faixa que de certa maneira é uma pena porque um LP ou um disco têm uma história, é um filme com vários episódios. Um disco é um todo e com esta nova visão dos downloads as pessoas passam a ser uma espécie de disc-jockey. Recordo com saudosismo os discos de rock, Pink Floyd por exemplo, que faziam discos temáticos e como só fazia sentido quando eram um todo e esse aspecto achava interessante. Tenho pena que se perca esse hábito, ainda pode ser reversível.

Já não há aquelas romarias a casas de fado como existiam antigamente, o hábito de ver o fado vadio. Sente saudosismo?

O fado tem sempre uma maneira de olhar para trás. A saudade é quando alguém lamenta qualquer coisa que perdeu, não é? Lembro-me perfeitamente de ouvir um fado muito antigo gravado pelo grande Manuel de Almeida e lembro ele dizer “E hoje ninguém o canta da forma como era cantado”. Ele gravou isto nos anos 50… Já nessa altura se dizia que os mais antigos é que teriam algo a dizer. O que quero salientar é que o fado tem que ter um aspecto imutável e um certo número de características para não o deixar de ser. Se começamos a tirar e a envolver influências de fora perde-se o essencial, a evolução tem que ter em conta a raiz.

Nota diferenças nos novos fadistas ou o espírito é o mesmo?

Os grandes fadistas actuais têm um respeito muito forte pela tradição mas ao mesmo tempo tentam não imitar porque há certas coisas que foram feitas anteriormente que dificilmente se pode fazer melhor que aquilo, é impressionante. É impossível reinventar! Ouvimos Amália, Manuel de Almeida, Fernando Farinha, Alfredo Maçoneiro, aquilo é um monumento que está ali. Há um conceito muito forte que não pode ser traído sob pena de deixar de ser fado. Tem de haver um conhecimento muito grande e ao mesmo tempo uma ideia de não repisar o que está feito mantendo o espírito de surpreender as pessoas.

Foi aluno do Colégio Militar, tetraneto de Ramalho Ortigão. Se não fosse músico, gostaria se ser escritor, por exemplo?


Se não fosse músico? Bem há uma coisa que me fascina muito, o mundo do vinho. Não é aquela coisa do beber ou ficar grosso, não é nesse aspecto. A riqueza do mundo do vinho, desejava saber os processos, acho que gostava de ser enólogo. Um homem que fizesse o seu próprio vinho, é um sonho que tenho e que gostava de realizar. É o Violino de Ingres, um grande pintor francês, que tocava violino. Quando digo isto significa aquela actividade que gostaria de fazer paralelamente à música.

João Maria Centeno Gorjão Jorge é um “desconhecido”. Sempre quis saber isto, de onde surgiu o “famoso” Rão Kyao?

É uma história engraçada. O meu irmão é mais velho que eu, quando eu nasci ele não conseguia pronunciar João e dizia Rão, “Olha o Rão”, coisa de miúdos. Mas a verdade é que pegou. O Kyao surgiu porque trabalhei como uma cantora que me chamava Kyao e ficou, pelo som o pessoal começou a tratar-me assim. Foi essa a razão.

Por Pedro Varela

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

UGA entrevista Marco D'Almeida


É um dos actores mais requisitados do momento e António-Pedro Vasconcelos não perdeu a oportunidade de o teu num filme seu. Marco D’Almeida é o par romântico de Soraia Chaves em “A Bela e o Paparazzo” e mais uma vez provou que podem contar com ele nos melhores projectos de ficção nacionais.

Quem é a tua personagem em “A Bela e o Paparazzo”?

Chama-se João, é um paparazzo que assina por Gabriela como disfarce. Depois ainda vai arranjar outra máscara para não desvendar que é um paparazzo à Mariana, personagem da Soraia. Eles cruzam-se e começam uma relação e ele não lhe pode contar que é o paparazzo que anda atrás dela.

É um papel um bocadinho esquizofrénico…

São todos. No processo de procura um actor passa por, não digo uma esquizofrenia enquanto doença enquanto algo tão perturbador, mas passa por isso. Eu próprio, às vezes, enquanto estou no processo de descoberta tenho as minhas angústias e passo por esse lado esquizofrénico, de insatisfação.

Fizeste um papel que as figuras públicas odeiam. Como figura pública como foi passar para o outro lado?

Mete-se tudo no mesmo saco e diz-se que não se gosta de paparazzis. Encontrei uma curiosidade dentro da pesquisa e mesmo dentro dos fotógrafos há aqueles que dizem: “Pá, eu não sou um paparazzi”. Encontrei quem me fizesse questão de frisar que isso, um bocado para dizer que isso é o que está mais abaixo na profissão. Eu não vejo as coisas assim. No caso do filme, os personagens fazem o que querem… ele quer ser fotógrafo, ela quer ser actriz, o que acontece é que não estão no patamar que eles desejavam.

Ficaste a compreender melhor os paparazzi…

Sim. Tudo depende da interpretação que a fotografia possa ter. Já cabe à revista decidir aquilo que se quer. Embora também haja aqui um lado de uma certa adrenalina, além de dinheiro, que é de apanhar o momento. O filme começa precisamente assim… Ele sabe perfeitamente o que as pessoas querem ver. Compreendi-os, percebi qual é o mecanismo e o lado um bocado perverso também dentro do próprio star system.

Como foi trabalhar com a Soraia Chaves?

Foi excelente. Ela merece estar onde está. O António-Pedro já tinha em mente a Soraia para fazer o papel, anda à procura do actor para fazer o par romântico. Fui fazer uma cena com a Soraia e o que eu acho que aconteceu, senão não me tinha escolhido, foi uma química. Demo-nos muito bem, entendemos as personagens, as cenas e não tivemos qualquer constrangimento. Da minha parte, não pensei: “Ai a Soraia, estou com a Soraia”. É uma actriz, somo colegas e acima de tudo foi muito engraçado porque com o avançar do tempo de rodagem a química foi transparecendo para o ecrã.

“Quando vi o “ET” acreditava que se tivesse um boneco daqueles e o pusesse na minha bicicleta podia voar”

Fazes cinema, teatro, televisão. Sentes-te melhor em que formato?


Eu não vou mentir dizendo que são complementares. O que eu gosto mais é de trabalhar, ter tempo para trabalhar num bom texto, ter uma boa equipa, porque quando se trabalha em equipa é bom. A parte criativa é muito mais produtiva do que trabalhar em maus ambientes.

Como é que surgiu o gosto pela representação?


Deve ter sido de ver muitos filmes. Eu acreditava que aquilo era tudo verdade até começar a fazê-los. Pensava que os actores viviam aquelas aventuras e eu gostava muito de viver aventuras. O primeiro filme que vi foi o “ET”, portanto eu acreditava que se tivesse um boneco daqueles e o pusesse na minha bicicleta podia voar. Veio um bocado desse imaginário. Acima de tudo não queria chegar aos 40 anos e dizer: “Não tentei”. Experimentei e está a dar certo até agora.

Frequentaste a Escola Profissional de Teatro de Cascais, estudaste no estrangeiro. Isso não acontece muito hoje, investe-se mais numa “cara bonita”…


Eu acho que há espaço para todos. Não tens que ser penalizado por teres uma cara bonita, não deves ser penalizado por causa disso. Não há menos talento ou menos aptidões para ser actor ou apresentador. Haverá sempre uma selecção natural, não podemos avaliar tudo o que está a acontecer já. Temos que avaliar daqui a uns anos, quem é que ficou das caras bonitas. Quem só tiver uma cara bonita, o próprio tempo encarrega-se de arranjar outra cara bonita a seguir.

“Sou um bocado avesso a regras impostas pelos outros”


Não foste para a universidade. Gostava de ter ido?


Não.

Porquê?

Não tenho nada a ver com o espírito académico. Já fiz um papel de um universitário de Coimbra e não me identifiquei.

Nem com as festas universitárias?


Para festas estou sempre pronto. Para isso convidem-me. Agora para o resto não. O próprio espírito universitário tem uma carga só por si pesada, muito institucional e com regras, com montes de regras. E eu sou um bocado avesso a regras impostas pelos outros. Eu gosto de ter as minhas porque é um bocado estranho alguém querer reger a minha vida. Como passei um uma situação idêntica, quando estudei… quer-se dizer, não posso dizer que estudei num colégio… mas tinha atrás da porta do quarto umas 20 regras, como “não podes fazer isto, não podes fazer aquilo”.

Mas acabaste por estudar…


Foi completamente diferente. Quando se está num liceu normal, faz-se aqueles teatrinhos, mas cada um dos colegas quer seguir coisas diferentes. Ao entrar numa escola de arte, encontrei pessoas que também gostavam de arte e identifiquei-me com isso. E o próprio ensino artístico é mais livre, lida-se com coisas que libertam, e descobrimos mais sobre nós.

Que projectos tens para 2010?


Continuo com a novela [Meu Amor, na TVI], vou finalizar uma pequena participação num filme do Raul Ruiz, “Mistérios de Lisboa” e vou fazer no S. Luiz um espectáculo que se chama “Cartas de Mozart” que sou eu a ler cartas que Mozart escreveu durante a vida, com a Orquestra Sinfónica de Lisboa.

Por Joana Miranda

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

UGA entrevista Nuno Markl


Pode-se dizer que o cinema português ganhou um actor. Nuno Markl foi fortemente elogiado pelo seu desempenho em "A Bela e o Paparazzo". Numa conversa com a UGA, o humorista falou como correu a sua incursão pelo mundo cinematográfico, da transferêcia para a Rádio Comercial e até dos Gato Fedorento.


Esta foi o teu primeiro papel como actor. Como surgiu o convite?


Foi como cair de uma ribanceira abaixo e não consegui controlar e brum!! Começou com um telefonema do António-Pedro Vasconcelos a dizer que tinha uma personagem no seu filme novo que se adequava a mim. Mas sou a segunda escolha porque a primeira não podia fazer o papel. Inicialmente estava aterrorizado. Fiquei muito honrado, mas disse-lhe: “Eu não tenho qualquer experiência, só sei fazer de mim próprio e mal”. Eu fiquei com a ideia que ia ter um papel muito curto, mas quando me mandaram o argumento via “Tiago” [nome da sua personagem] em todo o lado e só pensava: “Mas como é que eu vou fixar isto, não sou actor, não tenho qualquer experiência a decorar textos”. Mas pronto, lá decidi aceitar o convite.

E como correu?

Tentei não stressar muito porque comecei a olhar para a personagem como uma versão alternativa de mim e num universo alternativo. É como se eu não tivesse tomado algumas decisões no meu passado e que me levaram até onde estou hoje. Possivelmente teria acabado como um tipo com ideias, mas sem sítio para as pôr, como o “Tiago”. Tal como a ideia de transformar um prédio num país, é por um lado um tipo que tem demasiado tempo livre, e por outro, um tipo tem lá uma coisinha de revolucionário dentro, mas que não se quer chatear muito e sair do sofá.

Estás a descrever a tua personagem…

Sim… O “Tiago” é também o ombro amigo da personagem do Marco [D’ Almeida]. Foi um desafio para mim, porque estou habituado a entrar em sketches muito curtinhos e agora uma coisa grande com nuances destas, que num momento estou a fazer uma palhaçada e no outro estou a abrir o coração sobre um desgosto amoroso… é uma coisa de loucos. Eu pensei se conseguir sobreviver a isto, sobrevivo a tudo.

Identificaste-te com a tua personagem?

Bastante. É quase ficção científica, é como se eu tivesse ido ao passado. Aquele Nuno é o que não foi tirar o curso de jornalista no CENJOR, decidiu ficar em casa a escrever umas coisas e ir tentar vender as suas ideias sem ter qualquer suporte. E por isso eu achei que era interessante representar o Markl da quinta dimensão.

Como te preparaste para o papel?

Explorei brutalmente a minha namorada que fez todos os personagens com quem eu contracenava. Este indivíduo é tipo eu… O meu humor é sempre na primeira pessoa, por isso para não stressar muito tentei imaginar que isto era o Markl Mix… foi essa a lógica da minha preparação.

Já estás a pensar na próxima experiência como actor?

Não estou minimamente a stressar com isso. Se esta for a minha única experiência em cinema por mim está óptimo. Adorei fazer isto, o ambiente era óptimo, ficamos com saudades uns dos outros. A química que se gerou entre mim, o Marco D’Almeida e o Pedro Laginha foi tão grande que parecia que vivamos juntos há anos.

“Tenho um longo historial de fracassos que me orgulho muito”

Já és uma referência do humor em Portugal ou ainda não chegaste lá?

Nunca pensei na coisa nesses termos. A minha lógica é ir fazendo as coisas… Se correm bem, muito bem, se correm mal, tudo bem na mesma. Não me arrependo de nada que fiz até ao momento, mesmo das coisas que correram mal. Tenho um longo historial de fracassos que me orgulho muito, que vão desde a Paraíso Filmes até ao "Programa da Maria", mesmo o "Herman Enciclopédia", que aquilo na altura não teve audiências nenhumas de jeito. Faz tudo parte do pacote. Referência parece uma coisa velha, para que estou aqui há uns 50 anos, como o Ruy de Carvalho, e ainda tenho mais coisas para fazer.

Se não és referência no humor, és com certeza o Rei do Twitter…

Parece que sim. A Ana [Galvão] diz que eu sou o Rei da Internet. Mas agora estou mais no Facebook. O Twitter é muito engraçado, mas os 140 caracteres têm tendência a limitar bastante. O Facebook deixa-me escrever um bocadinho…

Consegues fazer passar muito do Nuno Markl nestas redes sociais…

Sim e há muito re-tweet. Eu acho giro porque tenho a sorte de ter uma comunidade com um espírito de família.

Costumam influenciar muito o que escreves?

Sim, principalmente agora com o meu novo programa “Caderneta de Cromos”, que tem uma página no Facebook onde as pessoas podem partilhar. Começaram a fotografar e a gravar vídeos das suas próprias colecções de coisas antigas, de infância e vê-se pessoas com quase 40 anos a jogar ao "Dragon Ball".

“Tinha saudades de trabalhar no ambiente da Comercial”

Por falar em rádio. Porque trocaste a Antena 3 pela Rádio Comercial?

Sabes uma coisa que não se explica? Senti-me como um cão vagabundo, com a missão na Antena 3 já cumprida e com vontade de experimentar de ir para outro lado. Tenho muito afecto por aquilo que fiz na Antena 3. O Pedro Ribeiro estava a assediar-me e, com todo o respeito e admiração que tenho pela Antena 3, pensei: “De facto tenho algumas saudades. Não quero deixar as pessoas na Antena 3, mas eu tenho saudades de trabalhar com o Pedro Ribeiro naquele ambiente da Comercial”.

O que esperas do ano 2010?

Estamos a esboçar o regresso dos “Contemporâneos”, mas ainda não sabemos como vai acontecer e em que moldes vai acontecer. Há uma vontade muito clara da RTP que haja “Contemporâneos”, só que a equipa está tresmalhada. Parece aqueles filmes que nas sequelas têm que ir buscar o Rambo ao Tibete. O Eduardo Madeira está na SIC, o Bruno e o Nuno Lopes estão a fazer teatro.

“Os Contemporâneos” não ficaram unidos como os Gato Fedorento…

O espírito dos “Contemporâneos” era muito diferente. Fazendo uma comparação estrangeira pomposa é como os “Saturday Night Live”, que as pessoas estão lá unidas durante o programa, mas toda a gente tem os seus projectos independentes. É uma coisa em que entram uns, saem outros. Há um conceito e um espírito, mas tem um formato muito versátil onde se pode reinventar continuamente. Os Gato Fedorento cresceram juntos, só conseguem separá-los se aparecer uma Yoko Ono.

Agora temos “Dr.” no cartão de crédito sem ter curso”

Andaste na faculdade?

Não. Não tinha médias para entrar na faculdade, esse era o meu grande drama. Quando estava no secundário, em vez de estudar gastava o meu tempo na Rádio Pirata ao lado na Rádio Voz de Benfica. Chegou a altura da faculdade e não tinha médias para ir para Comunicação Social e por isso fui fazer o curso do CENJOR, de formação de jornalistas. Tive um ano intensivo para aprender tudo e depois fui colocado no Correio da Manhã Rádio e as coisas foram encadeando umas nas outras.

Agora também não te podes queixar…

Agora não. Também agora temos “Dr.” no cartão de crédito sem ter curso.


Por Joana Miranda

UGA entrevista Soraia Chaves



Soraia Chaves tirou um tempinho do curso de representação que está a frequentar, em Madrid, para voltar a ser protagonista de um filme de António-Pedro Vasconcelos. Em “A Bela e o Paparazzo”, é Mariana uma actriz perseguida por fotógrafos à beira de um ataque de nervos que se apaixona pelo seu inimigo. E se estás à espera de ver mais uma produção ousada de Soraia, tira a ideia da cabeça.

Quem é a Mariana?

Mariana é uma jovem que está a chegar aos 30 e a ter uma crise de identidade. Ela é uma actriz de telenovelas, uma estrela de televisão, uma mulher procurada e desejada pelos media, que lhe preenchem o tempo. Ela está a ser consumida por esse mundo mediático e encontra-se farta e zangada com o rumo que tomou. Depois conhece um rapaz por quem se apaixona que ajuda que a vida dela se torne um bocadinho mais brilhante.

Também já foste perseguida por paparazzis?

Já tive algum assédio da imprensa, mas não a este nível tão exagerado. Em Portugal, as coisas não são tão graves como os mercados de Espanha, EUA ou Londres.

És das poucas figuras públicas que consegue esconder a vida privada da imprensa…

É uma questão de opção, quero revelar ou não quero revelar. E se não quiser, não há nada que me faça revelar. Desde o início tive consciência que só queria divulgar o meu trabalho e não a minha vida. O meu objectivo nunca foi ser famosa ou aparecer no maior número de capas de revista possível. Quero é trabalhar e ser a melhor actriz que conseguir ser.

Neste filme apareces loira. Passaste de morena a loira fatal?

Não, não acho que a Mariana seja uma loira fatal. É uma miúda normal, muito espontânea, que insulta, grita e parte as coisas que lhe aparecem à frente quando está chateada. E também não tem nada de sedutor. Ao nível pessoal, senti que estando loira chamo mais atenção, ouvi muitos mais piropos na rua.

As pessoas identificavam-te?

Não, nem as pessoas conhecidas em Portugal. Em relação aos piropos foi mais em Madrid, onde as loiras têm sucesso garantido.

“As minhas escolhas não têm a consciência do ser ou não ser sensual”

Os dois últimos filmes que fizeste, incluindo este “A Bela e o Paparazzo”, não tiveram cenas de nudez. Esta descolagem dos papéis sensuais agrada-te?

É irrelevante. O que importa é encarnar um personagem rico, num projecto interessante, com pessoas em quem confio e admiro. As minhas escolhas não têm a consciência do ser ou não ser sensual. Não quero afastar-me de papéis com maior exposição física, porque se o personagem for muito bom eu vou fazê-lo.

Achas que te mostras mais como actriz nestes papéis mais discretos…

Não sei… Eu estou a interpretar um personagem, as pessoas é que criaram essa ideia e puseram-me esse rótulo de fútil devido às suas frustrações. Cada personagem tem o seu valor, independentemente da imagem. Para dizer a verdade: o que é que é mostrar um bocadinho de pele? Acho que há um exagero. As pessoas levaram essas situações ao extremo. Eu não tenho que me preocupar em fugir desse rótulo, mas sim em trabalhar e ser o melhor que posso.

Este é o segundo filme do António-Pedro Vasconcelos que fazes. Quando surge um convite dele, tens tendência a aceitar no momento?

Foi um encontro muito feliz. Devo ao António-Pedro um dos papéis mais interessantes neste curto percurso. Ele confiou em mim, depois do “Crime do Padre Amaro”. Foi o primeiro a telefonar e deu-me personagens riquíssimos e aprendi muito com ele. Portanto, quando surgiu o convite para o segundo filme, fiquei felicíssima por o António-Pedro querer voltar a trabalhar comigo.

“O meu mundo perfeito seria só fazer cinema”

Na tua carreira fizeste mais trabalhos em cinema do que em televisão. Foges às telenovelas?

As telenovelas neste momento não me interessam devido à longa duração de produção, que costuma ser de 9 meses. Neste momento estou a apostar na formação, o que não me permite estar um ano a filmar uma novela. Prefiro conciliar o curso com projectos de cinema ou de televisão mais pequenos. O meu mundo perfeito seria só fazer cinema. E experimentaria teatro.

É o que falta no currículo. Ainda não surgiu um convite?

Ainda não recebi nenhum. E é um desafio tão grande que ainda não me sinto preparada para o fazer, mas tenho esse desejo de um dia ter essa experiência.

“Os meus colegas de Madrid não me imaginam a filmar”

Estás a estudar em Madrid. Queres fazer carreira por lá?

Por enquanto não tenho tido trabalhos, estou só a estudar, a investir na minha formação e a aprender espanhol. Tenho ideia de tentar, mas consciência que entrar no mercado espanhol é voltar à estaca zero. Mas quero alargar as minhas possibilidades de trabalho, tendo em conta que o nosso mercado é pequeno.

Os teus colegas de curso sabem que és famosa em Portugal?

Eventualmente descobriram. A Internet não é um mundo secreto, facilmente se consegue chegar a todo o tipo de informação e já descobriram que já fiz alguns filmes em Portugal. Eles acham isso estranho porque eu lá sou uma estudante normal como eles e não me imaginam vestida de uma forma glamourosa, a sair em revistas ou a filmar.


Por Joana Miranda

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sistema de ensino sui-generis

Educadores vs professores - Duas histórias...


Duas histórias:

1ª.
Num liceu no Porto estava a acontecer uma coisa muito fora do comum. Um 'bando' de miúdas de 12 anos andava a pôr baton nos lábios, todos os dias, e para remover o excesso beijavam o espelho da casa de banho. O Cons.
Exec. andava bastante preocupado, porque a funcionária da limpeza tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao fim do dia e no dia seguinte lá estavam outra vez as marcas de baton.

Um dia, um professor juntou as miúdas e a funcionária na casa de banho e explicou que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam e, para demonstrar a dificuldade, pediu à empregada para mostrar como é que ela fazia para limpar o espelho.

A empregada pegou numa 'esfregona', molhou-a na sanita e passou-a repetidamente no espelho até as marcas desaparecerem.

Nunca mais houve marcas no espelho...

Há professores educadores...



2ª.
Numa dada noite, três estudantes universitários beberam até altas horas e não estudaram para o teste do dia seguinte.

Na manhã seguinte, desenharam um plano para se safarem. Sujaram-se da pior maneira possível, com cinza, areia e lixo. Então, foram ter com o professor da cadeira e disseram que tinham ido a um casamento na noite anterior e no seu regresso um pneu do carro que conduziam rebentou.
Tiveram que empurrar o carro todo o caminho e portanto não estavam em condições de fazer aquele teste.
O professor, que era uma pessoa justa ,disse-lhes que fariam um teste-substituição dentro de três dias, e que para esse não havia desculpas. Eles afirmaram que isso não seria problema e que estariam preparados.
No terceiro dia , apresentaram-se para o teste e o professor disse -lhes com ar compenetrado que, como aquele era um teste sob condições especiais , os três teriam que o fazer em salas diferentes.
Os três, dado que tinham estudado bem e estavam preparados, concordaram de imediato.

O teste tinha 5 perguntas e a cotação de 20 valores.

Q .1. Escreva o seu nome ----- ( 0.5 valores) Q.2. Escreva o nome da noiva e do noivo do casamento a que foi há quatro dias ---(5 valores ) Q.3. Diga o tipo de carro que conduziam e cujo pneu rebentou.--( 5
valores)
Q.4 . Indique qual das 4 rodas rebentou ------- ( 5 valores ) Q.5. Diga qual era a marca da roda que rebentou ---- (2 valores) Q.6. Indique quem ia a conduzir ------ (2.5 valores)


Há professores educadores...

Nota: E dizem que temos professores maus...e alunos armados em espertos, não?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Pequenos gestos fazem a diferença

Foi simples, não custou rios de dinheiro e de certeza que pelo menos estes alunos desta universidade passaram a adorar ainda mais a coca-cola. A criatividade traz resultados...

Coca-cola, uma marca que traz felicidade!

Vendem-se ideias.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

C´est l´amour...

Les Dangereux from RedForty on Vimeo.



Um ninja encontra o amor da sua vida. Muito bem produzido, lembra as curtas da Pixar. É tudo muito simples, mas com grandes detalhes.

Diverte-te!!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O futuro é jovem

Um vídeo ilustrativo do poder que os jovens universitários podem vir a a ter num futuro próximo. Uma visão diferente e pouco esterotipada do que podemos vir a esperar das redes sociais...

Dá que pensar, não dá?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dá que pensar...

O autor deste texto é João Pereira Coutinho, jornalista. Vale a pena ler!

"Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades
modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade.O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"

Nota:
Mais que sobreviver e resistir é preciso arranjar tempo para a felicidade, as pessoas esqueceram-se disso e fecharam-se sobre si mesmas, na sua individualidade. O mundo é um cosmos amigos...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Miau, miau, miau

Estamos em casa a tentar relaxar, sem a mulher nem os filhos e pensamos: "Vou passar um momento de qualidade, só eu e a minha TV".

Não quero pensar em mais nada, apenas navegar no imenso zapping de canais que vou fazer. Eis que vem um gato e estraga-me a minha tarde.

Moral da história: Nem sempre os animais são os melhores amigos do Homem, às vezes são simplesmente uns chatos...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

The ESCP Europe Human Experience

Vídeo bem animado, divertido e com bom som. Imagino o tempo e trabalho que deve ter dado...

Nice, nice stuff...Ilustra bem o espírito do aluno universitário, o desejo de fazer coisas diferentes.

O céu é o limite, basta darem oportunidades que nós (os jovens) brilhamos...