Portugal é peculiar em muitos sentidos. Somos os campeões em acidentes rodoviários, temos a maior broa de mel do mundo (consta no livro do Guiness), tínhamos até há pouco tempo a velhinha mais velha do mundo e o Magalhães (é giro).
Temos a culinária, as praias, a Amália, o Eusébio, a maior árvore de natal da Europa e o cozido à portuguesa. Temos coisas boas e más, como acontece em tantos outros países. Com esta análise não pretendo ser redutor nem insultuoso, apenas enumerei algumas das muitas coisas que temos por cá.
Penso que nos falta, por vezes, a ideia de colectividade, de nação. Temos de deixar de pensar nas nossas individualidades e pensar que só juntos podemos combater a crise económica, superar os dramas sociais e arranjar soluções para lutar o desemprego. O caminho passa por uma profunda reflexão de base, por uma aposta segura na educação (porque uma população informada é conhecedora dos seus direitos) mas também que as mais altas instâncias protejam os interesses do povo, dêem condições de superação.
Estamos tão “entalados” em impostos, a pensar na hipoteca da casa, na lista das compras, no seguro do carro, que deixamos de ter forças e tempo para ser reivindicativos. Temos razão para sê-lo mas não o fazemos, só nas eleições ou referendos e mesmo assim muitas vezes instala-se no nosso pensamento uma ideia de conformismo: “Eles são todos iguais, para quê ir votar”.
“Para quê ir trabalhar, mas vale estar deitado…não posso, preciso”. Perdeu-se o gosto de trabalhar porque as pessoas já não fazem o que gostam, há um animismo social que importa esclarecer e analisar o mais rápido possível.
Há um provincianismo estranho que faz com que pareçamos um povo tristonho e entregue ao seu destino. Será porque não nos sentimos valorizados? Será porque os nossos políticos são sempre os mesmos? Ou será que os jovens não querem saber?
Penso que a geração do Facebook, do Myspace, do IPhone, do Twitter tem uma importante palavra a dizer, é uma geração informada e criativa. Penso que talvez a solução passe por uma sinergia positiva de esforços, até mesmo por uma nova forma de fazer democracia. A outra fórmula está gasta…
Até relativamente à Gripe A adoptamos uma postura estranha. Telefonamos para as urgências e dizem para irmos ao hospital, chegamos lá dizem-nos para irmos recuperar para casa, beber um chazinho com mel e se a febre subir voltar à urgência. Não me parece a solução mais indicada para conter uma epidemia. Se é que é mesmo uma epidemia (tendo em conta o alarmismo que se instalou nos meios de comunicação social, se calhar até é). Depois temos o problema da nossa sociedade estar dividida em castas, há a casta dos Indispensáveis, a casta dos Imprescindíveis, a casta dos Muitos Úteis e depois aqueles que nunca receberão a dita vacina. Não há para todos, sofre o povo que compra o pão…
Ninguém dá o exemplo, mais do que injusto é triste. Com todas estas condicionantes é caso para dizer que o sistema está gripado…
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
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