Este caso de nome Face Oculta começa a deixar-me estupefacto, não pelos melhores motivos. Constato uma preocupante realidade: o povo já aceita com naturalidade estes casos, já não os choca nem revolta.
A proliferação de casos de corrupção ao longo destes últimos meses deixou-nos anestesiados, criou um certo animismo social que era difícil prever. Toda a gente sabe que pode haver muito barulho agora mas que a Justiça (essa grande Senhora) só funciona para alguns, nunca para o lado dos mais fracos. O tempo passará, a poeira irá assentar e tudo cairá no esquecimento, ninguém será levado a prestar contas perante a justiça e tudo ficará enterrado em papéis, recursos e burocracia.
Há alguns anos seria possível acreditar num Portugal honesto e incorruptível, actualmente é difícil não pensar num país moralmente degradado e carcomido pela corrupção. A ilusão, a utopia foi embora…Ficaram os compadres e os favores.
Empresas privadas e públicas estão cada vez mais sujeitas a este flagelo de corrupção, a este “polvo” que com os seus tentáculos vai contaminando tudo à sua volta acenando com poder, dinheiro, protecção. A ambição, muitas vezes, resvala para um sítio obscuro…
A ideia instalada de que somos um país corrupto terá consequências irremediáveis, a partir do momento em que a corrupção se instala como um factor “normal” na sociedade dificilmente se volta à ideia de honestidade, de integridade.
Há que tomar medidas, tipo operação "Mãos Limpas" como se fez em Itália. Mas deixa-se tudo em lume brando. E que dizer das escutas? Nunca as percebi, nunca são constitucionais, são sempre feridas de ilegalidade. Para quê então? A verdade fica só para alguns, para os que não interessam…
“Não há soluções fáceis para o combate à corrupção em Portugal”, se fosse fácil também não seria um grande problema. Iremos então enveredar por soluções difíceis, só mesmo para experimentar…
Vá, que o povo ajuda!!!
terça-feira, 17 de novembro de 2009
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