segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Uma questão de marketing político

A política tem destas coisas, é manhosa. O PS mantém o caminho rumo a uma quase certa derrota eleitoral e o Bloco de Esquerda tenta aproveitar a má fase dos socialistas e sacar o maior número de descontentes, revoltados ou mesmo oportunistas para o seu lado. Acho mesmo que o Bloco vai conseguir uma boa votação e aumentar a sua força na assembleia da república mas tenho reparado também que andam um pouco arrogantes e a sofrer com tiques de vedetismo, um mal comum aos partidos do poder. Digo isto na sequência da ideia que tem se andado a espalhar de que a única alternativa à esquerda é o Bloco, desvalorizando outras unidades partidárias como o PC ou o MRPP. A verdade é que não nutro grande simpatia por estes partidos mas daí a não serem dignos de merecer alguns votos vai uma distância.

“Necessidade de reconstruir um pólo alternativo de esquerda que possa convergir toda a esquerda descontente das políticas neoliberais.” Epá…capaz de ser um pouco exagerado, até mesmo arrojado. Até há pouco tempo nem tinham relevância política e agora já se querem constituir como alternativa? Egocêntricos sonhadores.

Entrámos todos em delírio e com força na “silly season”. O país vibra com banalidades. Os convites feitos pelo partido socialista à novidade Miguel Vale de Almeida e a Joana Amaral Dias do BE enquadram-se nesta ideia. A malta do marketing deve ter explicado ao PS que actualmente a moda é o histerismo, é fazer o máximo de barulho e surpreender. Tendo isto presente fica claro que os jornalistas caíram redondos na armadilha e aplaudiram a iniciativa e a oportunidade dada ao “primeiro homossexual assumido no parlamento”, ao blogger João Galamba, a Inês de Medeiros e à tentativa de “roubar” Joana Amaral Dias.

A escolha de “independentes” é uma estratégia interessante do PS mas vamos ver se tem pernas para andar uma vez que estes “agentes da cultura” são conhecidos dos jornais, fazem parte da família, o que faz com que ganhem notoriedade e recebam elogios nos meios de comunicação. Escolha arrojada e aplaudida…

Contudo não nos podemos esquecer que estes nomes pouco dizem ao público em geral, ao eleitor comum. Desemprego, condições de saúde, crescimento económico, impostos, isso sim interessa aos portugueses e não manobras propagandísticas que podem ter o “carinho” da comunicação social mas nunca terão o retorno pretendido junto ao eleitorado geral. Esta lista de “independentes” apenas acentuou o desprezo que os portugueses têm pelos políticos. Até o Bloco de Esquerda já se junta à festa.

Temos pena mas marketing político já temos de sobra…

Sem comentários:

Enviar um comentário