O panorama da estupidificação

Assistimos este fim-de-semana a uma tragédia que poderia ter tomado proporções bem mais graves do que aquelas que teve, como sabemos. Falo claro do iminente empate do Benfica neste Domingo. Calma, estou a brincar…

O futebol ainda é muito pequeno quando comparado com certas tragédias que poderiam muito bem ter sido evitadas. Falo da derrocada de uma falésia numa praia qualquer de Albufeira que infelizmente vitimou mortalmente 5 pessoas e feriu outras tantas. Mortes estúpidas que poderiam facilmente ter sido evitadas através de uma prevenção rigorosa por parte das autoridades competentes. E agora? De quem é a culpa? Vamos esperar que a tragédia caia no esquecimento? Aconselhar ou avisar não é o mesmo que proibir. A ridícula desculpa de que as pessoas foram avisadas não resulta porque a realidade é que as áreas perigosas deviam ser vedadas, não o foram logo são aparentemente “zonas de segurança”…é triste constatar que as pessoas não são totalmente racionais no que à sua segurança diz respeito, mas as responsabilidades são sempre em último caso das autoridades. Isto é certo.

É engraçado e ao mesmo tempo preocupante não ter visto qualquer espécie de alarmismo, o verão tem esta particularidade estranha, muda as pessoas e até a comunicação social. É um fenómeno difícil de explicar. Teve destaque mas não foram aprofundadas certas questões nem se enveredou por uma lógica de responsabilidade, houve um acidente ou um grande azar e vamos resolver a questão para não acontecer no futuro…isto não pode acontecer, há que prevenir situações e pedir responsabilidades. Enfim…

Qual o valor de uma sombra? Aparentemente um valor muito alto para as pessoas continuarem a arriscar a sua integridade física e mesmo a sua vida nas falésias espalhadas pelas praias portuguesas. Falo depois do acidente ter acontecido. Que será que pensavam? Aconteceu uma vez, não acontece mais? Rezam para que uma pedra não lhes caía em cima? É burrice!

E que dizer da peregrinação ao local para prestar uma espécie de homenagem? Mirones, é esse o nome. Gente com nada para fazer de mais interessante…é um dos fenómenos que definitivamente não consigo compreender, nem quero.

Falésias? Sombra? A mim não me apanham lá perto, distância acima de tudo. Sou mais da onda dos guarda-sóis, adoro-os. Nunca vi nenhum matar ou magoar alguém…E tu, já viste?