Agosto. Mês de praia, muito calor, caipirinhas, de romance, de festas e de…trabalho. Gosto de trabalhar, não gosto é de Agosto (brincadeira). Claro que há vantagens neste mês: chegar rápido ao trabalho, almoçar tranquilo, passear e fazer compras descansado. Sabemos que em Agosto há romaria para o Algarve e Lisboa fica deserta…só para mim e mais uns quantos que cá ficamos para representar a classe trabalhadora. É pacífico aceitar essa realidade.
Lembro-me do que representava há uns anos o mês de Agosto para mim. E esboço um sorriso. Lembro-me do que representa agora. E esboço novo sorriso. Quero dizer com isto que aceitei naturalmente que cresci, fiz a transição natural de rapaz universitário para homem trabalhador e com responsabilidades e já não fico invejoso (vá, um pouquinho) quando me telefonam a dizer que estão a apanhar sol na praia ou numa esplanada qualquer a beber uma fresquinha. Já não vejo o verão como sinónimo de despreocupação ou descanso durante todo o mês de Agosto, vejo como sinónimo de despreocupação e de descanso durante alguns fins de semana de Agosto.
Razões profissionais. Gosto de dizê-lo…Quando me perguntam: Então não podes vir à festa do Zé (nome fictício, para proteger o José Guerreiro), no Algarve? Estão cá umas miúdas que te querem conhecer.. Eu respondo: Não posso, razões profissionais.
Há um certo respeito, os amigos divertem-se na mesma e compreendem que não estamos lá porque simplesmente estamos a trabalhar (algo que actualmente assume um carácter preponderante tendo em conta a situação delicada que se vive).
Tenho a convicção que em todos os meus verões aproveitei o máximo que podia e isso tranquiliza-me perfeitamente. Tenho a noção que antes era magro e hoje sou um pouco gordo. Tenho a consciência de que antes era sonhador ou um visionário irrealista, e hoje mantenho a ambição mas com os pés bem assentes na terra, são diferenças…
Não me queixo nem me sinto nostálgico dos tempos em que a única preocupação era espreguiçar-me, não apanhar um escaldão ou contar os dias que me faltavam de férias. Já não faz sentido, não me diz nada a vida (que adorava) que tinha anteriormente. Sinto as coisas de maneira diferente, aceitei os desafios de peito cheio, de livre vontade e sinto-me feliz…aceitar a minha emancipação é aceitar a minha realização pessoal, é lutar por uma independência sempre desejada.
Agrada-me por isso pensar que pouco mudaria na minha vida, ter a certeza que andei pelas fases que tinha “obrigatoriamente” de passar e acreditar que consigo ser hábil a gerir os desafios difíceis que possam eventualmente vir a surgir.
A realidade que me assusta (ou aborrece) é saber que os dias de sol não vão ficar eternamente, não tarda estão de volta os dias pequenos, cinzentos e tristes… Posso sempre recordar aqueles momentos, os meus “rebuçados” que amenizam a saudade daquela pessoa, da família e dos amigos e tenho sempre os meus fins de semana para olhar o crepúsculo ao fim da tarde, molhar os pés, comer uns gelados e dormir na sombra ou namorar…
Nota: Passem umas excelentes férias e façam o favor de ser felizes, como diria o saudoso Raul Solnado.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
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