Confesso que não tinha grande consideração pelos arrumadores mas depois de ter começado a estabelecer uma certa ligação “profissional” com um deles derivado ao facto de ter carro, comecei a respeitá-lo e a vê-lo com outros olhos.
Sabemos que estacionar em Lisboa é um autêntico caos. É um dado incontestável que é quase uma lotaria conseguir um bom lugar, daqueles que estacionamos e não nos preocupamos mais até ao final do dia mas o meu “Arrumas” consegue.
O “Arrumas”(apelido carinhoso que se aplica na íntegra) sabe perfeitamente todos os horários de entrada e saída dos carros da sua área da influência, não é um chato como muitos, e é um exemplo para muitos como ele. É possível manter a dignidade na sua ocupação, isso é certo…
Não sei se ele é a excepção à regra, o que eu sei é que ele ainda não me desiludiu. E enquanto assim for, vou defende-lo. Não sei se a classe a que pertence tem a mesma eficácia que ele, o que sei é que todos os dias ele diz presente e ajuda-me a arranjar um lugar para o carro. Tem uns dias melhores que outros, é verdade, mas nunca falta à chamada.
Falei com ele por breves momentos e cheguei à conclusão que é um indivíduo com sabedoria e disciplinado, licenciado na escola da vida e que vive em frente a um bairro social (totalmente distinto de viver num bairro social). E mais não sei mas chega-me perfeitamente. A nossa relação nunca passará disto, desta superficialidade e ele tem consciência desse facto. Ele presta-me um serviço e eu dou-lhe uma moedinha.
Fossem todas as ligações baseadas nesta relação de confiança e sinceridade…
segunda-feira, 13 de julho de 2009
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