Os condutores nacionais têm de ser valorizados, somos frequentemente criticados e nunca ninguém nos defende.
Todos os dias estamos perante situações que nos tiram do sério como as imensas filas de trânsito, as portagens, o pára-arranca, as buzinadelas …e mantemos sempre a nossa dignidade, não nos rebaixamos.
Somos verdadeiros campeões a aturar tudo e mais alguma coisa e no trânsito temos uma hipótese de ouro de explodir, de mostrar de que matéria somos realmente feitos. Sim, a conduzir podemos ser irracionais e selvagens, até mesmo primitivos… Mas merecemos!
Estas circunstâncias aborrecidas que não raras vezes deixam-nos numa pilha de nervos direccionam-nos a uma forma de conduzir que é muito própria. Faz parte do sangue lusitano, tiram-nos isso e estão a destruir toda uma herança cultural.
Dirigir com segurança?! Nah…isso é para meninos! Limites de velocidade e sinais de trânsito não conhecemos, nós fazemos a nossa lei. Tal facto não impede o condutor português de ter um profundo respeito pela autoridade, nas auto-estradas por exemplo... Podemos ser os reis do asfalto…sim senhor… mas sempre que avistámos a polícia fazemos fila indiana, abrandamos para os cumprimentar e seguimos viagem.
Na cidade somos dos poucos que conseguimos insultar meio mundo e, se for preciso, fazer uma curva apertada à esquerda com o travão de mão, seguido de uma inversão à retaguarda arriscada e ainda ultrapassar alguém… mas atenção!!! Sempre que nos deparamos com a autoridade temos a consideração de não o fazer à sua frente…e isto é respeito.
Há uma união, quase irmandade, entre os automobilistas...ao volante sentimos poder, somos senhores do nosso destino, transcendemo-nos. É pacífico considerar que somos um autêntico perigo na estrada mas representa uma escolha muito nossa, tirem-nos tudo mas não interfiram na nossa maneira de conduzir.
Podem criticar, são livres de o fazer mas a verdade é que demora anos a adquirir aquela habilidade e nessa escola somos professores. Condutores loucos mas felizes e doutorados…
Nota: Os episódios recorrentes de condutores em contra-mão não são mais que tentativas audaciosas de ir mais além, de atingir a grandeza. Um conselho: nas passadeiras deviam andar mais depressa porque normalmente estamos com pressa.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
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